quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lembranças das andanças

Meu pé torcido, doi mais na falta de mobilidade, me lembra daquela garota que não podia mexer os membros inferiores por completa, mas a cintura tinha propriedade, desenvoltura e sacanagem, não precisa andar para fazer gostoso de verdade.

Isso que é...

Querido diário, um dia lindo lá fora e o meu destino é trabalho.

Mãe Rua

Peço a benção, sinal da cruz e vou pra rua
Em cada esquina que se passa
A realidade desembaraça
A minha a sua
Nua e crua
Nítida pra quem é coração no olhar
O óleo escorre nas calçadas, nas antenas
Tudo pode piorar
Por entre os dedos duros e encardidos das mãos
boca é ferida aberta
So estanca na quando esquenta
A vontade bate
A lata late
E o alien abana o rabo
Depois de um doce bárbaro
Meia grama de péssimas sensações
E muito estrago
Prolongado pelas severas instigações
Alienando as ações
Doutrinando as sensações
Feito lobinho vagando
catando bituca no chão
Dedo travado no isqueiro
Começou a grilação
Se esconde no mato
Tranca a casa
Corre do camburão
Vai na pipa, vai na lata e também no meladão
Quando esse maluco quer
Rouba a mãe, mulher, irmão
Vai cavando o próprio túmulo
Saiu do prumo
Vacilão
se perdeu no mundo
perdeu o rumo
chegou no fundo
se foi em vão
desperdiçou a vida
jogou fora o seu maior dom
mas quem sai do tom
tem o resto da vida pra mudar
quem ta no erro sabe
o que fazer para acertar.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Bento Brasil


Na cola da bota, te segue de perto, o toca-fitas aterroriza os transeuntes, Banda Black Rio, uma caixa explodiu, nem lhe viu, só o som, acena com a mão, sem direção, olha o busão, parar, deu não, ele sim, saltou do bólido em movimento, rolamento. O fim da série na calçada de cimento, o sangue jorra em pleno centro, foi tarde mais um piolhento.

Vírus de lupa


Menas coisas me irritam hoje, escrevinhar do jeito que me dá na telha é uma pedrada certeira no teto de quem se atem nas pequenices desnecessárias da vida, minha nada mole perseverante corrida, rumo ao que de fato um dia quisá se transforme em estrelato, sem precisar propagar em caixa alta e 3D, quando eu encontrar o caminho da felicidade, mando depilar e começo tudo novo de novo, só para atazanar, quem se atem nas babaquices de odiar, me sirva um gole quente de chá, para recuperar o que ainda não perdi, a gripe pode até me alcançar, mas nunca me pegar, escutando um pagode bem apaixonado eu lembro que coisa boa é ser simples de fato, quem complica é a basbaque das elites, aqui não vacilão, aqui só tem espaço para quem é real, pois tem de se saber mentir bem, para suportar a maior das enganações: a vida.

Ilustra da revista beleléu...

Escutando: bob's marley'is

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Verdade verdadeira


tem gente que diz formar com a periferia, que vem do suburbio, ostenta a bandeira, usa rótulo, faz no som a contradição, para quando a vida cobrar atitude, votar no Serra, é assim que vejo aonde não devo entrar...

SerraéDor


a classe oprimida não vota em playboy e teje dito, sou do lado do povo desfavorecido...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

cada qual no seu B.O.

sem pagar simpatia

PretoBras


Meião abaixado
Arrasta o passo
Dobra a língua
Atado em dois laços
Pra não escapar
Amarra o cadarço
por cima da bota
Pra bola esquiar
Efeito que assopra
Longe das mãos
Tange aos olhos
Fez que ia e não
Foi
Pro lado contrário
foi
Perdido arqueiro
Sofrimento póstumo
É o do goleiro
Deitado sobre o solo
Socou a grama e lamentou
O peso de tudo o que já passou:
Foi gol.


O título é uma singela homenagem a Itamar Assumpção.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Engraçado seria se não fosse comigo.


Quando o dia começa com um esquecimento de um boleto de conta dentro de casa e você lembra só quando chega no ponto do busão é um belo sinal de que tudo pode piorar no decorrer das 24 horas de hoje...

Eleiçoes em Café Pequeno

Sou do Campo
Onde é mais Grande a raça do povo bugre misturado
E insignificante o caráter dos poderosos coronéis
italianos paraguaios bolivarianos tanto faz a procedência
o que importa é astucia
já que governo estupra em praça pública
Enquanto esquenta a disputa
O passado mente com a falsa publicidade
A favor dos trutas
Pescando em Porto Murtinho
Cambada imensa de filhos de uma mãe injusta
Não souberam educar
As vezes até tentaram
Mas entre corichos e cochichos
Seus queridos desviaram o caminho do bem
Outros foram além
Herdaram do pai mais que o sobrenome
Como diria o Bruno do Flamengo
“quem é que nunca saiu na mão com mulher”
Temos uma família inteira de bons exemplos
Desde o ex-presidente da OAB
desfilando em carreatas com o dedo pica espalmado
aos médicos que a minha família odiaria ter
pois de SUS não vivem vocês
governadores que esbofetam nossa face
daremos o outro lado
não do rosto
da moeda
se um dia já foi coroa e cifra a sua campanha
em três de outubro será o fim
sejamos fortes
para não eleger quem usa Cristo como pilar de campanha
sejamos práticos eliminando com o projeto ficha limpa de caráter
todo aquele que se mostrou indigno de ostentar o título de representante do povo
por mais que sejamos pobres e humildes
somos limpinhos e sim, temos memória
pulsante e tangente
esperando a hora certa de lembrar
que vocês, corja de imundos
nunca mais irá nos representar
vamos votar no menos obvio
e ver no que dá
pior do que está
sempre pode ficar...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Refrão ou Aminésia Alcoolica.

Me diz o que é
que eu fiz
com a meretriz?

Raspa de meio fio

O povo todo gritou
pega o maluco
que me enganou.

Concreto

Alguém anotou
a placa do bloco
que me atropelou.

Pudim de Pinga

Sagrou-se campeão
Sem entrar em campo
Ta é muito louco esse cabra
Plantando bananeira na escada
Bebendo aguardente estragada
Ético
Etílico
Como todo bebum é com seu néctar sagrado
Faz um quatro
faz um pacto
Vai pro diabo
Enfia no rabo
O exame de bafo
Num estou alterado
To é muito mamado
Tropecei no meu ultimo passo
acoredi preso e todo cagado.

Acusação

pessoalmente nem conheço
ouvi dizer que não é pessoa de confiança
traidor nato
em qualquer roda de conversa
seu nome é acompanhado
por um semblante geral de desagrado
é mimado por demais chato
usa um baseado
vive descompasado
um verdadeiro nego safado.

Sou carne de terceira

Tinha esperança
Sorria fácil feito criança
Toda relevância perdeu a graça
Em meio à insignificância
Da falta dos atos
se desbanca
desbarrancou
Acordado enquanto dorme
Dominado pelo sono
Deitado em pé
Ressaca pura
As olheiras dominam o semblante
Desanda
O zumbi das ruas
Vivendo torto por tortos caminhos
Perdeu o valor
como os fios
Ta careca de saber
Que as coisas ilegais
o separam de você
Falando na terceira pessoa
Para tentar me esconder
Tiro o corpo fora
Fujo em branco
Aqui só o escuro é puro
na negritude se misturam todas as cores
O sangue é forte
Intenso nos amores
Doutores tentaram explicar
A verdade está presente
Onde não há
Tente enxergar
Por trás de todos os rótulos
O produto não presta.

Sem trem de pouso.

Um dia voei
Tive dificuldade para apear
Passei bem rente ao chão
retomei subindo o mais alto
Até sentir a ponta do nariz queimar
O calor do sol que ardia
iluminou minha vistas
pude ver toda amplidão desta terra prometida
na hora
feito caldo de cana
fechei os olhos na descida
senti os beijos do vento
o conforto de uma cama
me disse coisas de amor
caçoava do meu semblante de bobo
vou pousar
posso?
vejo meu campo de decolagem
estranho ser uma gruta
o teto refletia nossos corpos
desci do céu
Recebi um sorriso seu
As mãos apertavam meu rosto
Dando as coordenadas para uma nova decolagem
Os olhos cantavam
É amor de verdade...

novo engenho

to com a tristeza do lado
sentado no balcão deste bar
antes mal acompanhado
do que jurar amar.

perdi todas as esperanças na vida
bebo minhas frustações
um copo sujo de pinga,
raizada nó de cachorro
prendendo minha voz,
cada dia mais baixa
timida e escondida
cavucando um consolo
reviravolta suicida.

sem entender as placas que indicam
o rumo que tomou minha vida,
MAIS UMA RODADA PARA TODOS!
Sirvo minhas verdades
verdades mentidas com tamanho empenho
que até escorrem veneno,
mais um vicio,
vou morrendo
moido neste novo engenho.

Seu é o caralho.

Meu coração
não precisa de dona
é livre pra voar
quem escraviza
um pássaro
priva o mundo
do seu cantar.

Cidade Branca


Na rua de trás eu posso parar, cuidado com os pescoços tortos de dentro dos carros, os da rua, nem ligam, sentem nada, sem olfato, subo pela Generoso Ponce. Vou passando, vou levando, um aroma diferente por onde passo, sem parar, meio termo, nem rápido, nem lento, sigo no talento, no sapato, passo a passo, marcando num pé, um pé dois faceiro, sorrindo de ponta a ponta, dos calcanhares aos cabelos, cantarolando passo a letra de um samba pro ar, a tiazinha acompanha o ritmo com o olhar, tentando disfarçar, se entrega no globo ocular, dois pra lá, dois pra cá, feito um chamamé na viola de Helena Meirelles, dedilhado na costelinha do Pacú, na beira do Rio Paraguai, vinagrete, cerveja gelada, no calor de Corumbá, na lentidão do rio, vejo a vida passar.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A língua lambe

A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Em Campo Grande


Brisa do mato
Orvalho suado
Peguei um atalho
Pelo meio do parque
Onde os indígenas
Só entram na ilustração da placa
E segue caminhando a playboyzada
Nike em passo apresado quando me vê
Os zóio no pé
Quase à correr
E por quê?
Só quero passar
Nem queria te ver
Sou mais a capivara na grama
Que uma paty na cama
Ou um conforto sem merecimento
do olho por olho
do dente por dente
mastigando a gente
dizendo com o corpo
Tudo o que sente
Mesmo sem saber
Junta na bolsa
Atravessa a via
Faz pensar
Com raiva perdôo
Grito pra dentro um deixa pra lá
Levo o natural na palma das mãos
E fricciono até que despedaça
Toda a graça da vida
Em nuvens disformes
De formatos variados
Estrategicamente engraçados
Teletransportando a alma
De volta ao lado bom da vida
Vou dando risada da desgraça
Brisa do mato
Orvalho suado
junto raça fudida.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Poemetinha


Dança do Acasalamento

Sempre bate na mente
um reflexo de canção
me leva daqui pelas mãos
faz o que quer de mim
transmutação
pode chegar sem medo
sou mais fácil que o refrão.

Marco Cardoso

terça-feira, 6 de julho de 2010

Ladainha


Seguronda

Mete o pé
não pelas mãos
escancara as portas
mergulha na confusão
dando de louco
sem tapa no ombro
separa na benção
todo este povo
sem conto
nem fada
rasteira e armada
meia lua tijolada
na moleira da negada
sem respeito pela feira
esta alegre ebulição
levo porrada de graça
pechinchando a refeição
sem suportar injustiça
o capoeira deu o tom
telefone no comédia
que começou a zuação
meia lua de compasso
que é pra por dente no chão
compra a briga e pede troco
sem nenhuma embromação
pois a lição
vida vivida
não se leva com cifrão
De fato é ferro e fogo
Bem no lombo do negão
Não importa o mundo roda
logo logo fica bom

capoeira de verdade
joga com o pé e com a mão
atabaque quando bate
leva junto o coração
o axé desta cidade
é ilê camaleão.


Ladainha criada para o Grupo Ilê Camaleão
vamus ver depois como é que vai ficar o som...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sonho Meu

Pela capa

A cada dia a gente se surpreende, rico ou nascido no berço dourado sempre capenga para o lado dos endinheirados, dá risada das tias, humilha a diarista, atrassa o sálario do pobre coitado que quase sempre passa o mês com dinheiro contado no bolso. A cada dia eu me inojo mais, a cada dia eu desejo que o 2012 seja verdade, sodoma e gomorra é aqui.

Antes que eu te roube.

Sou mais maloqueiro que os seus olhos podem dizer...

Segunda de segunda


Tudo ao mesmo tempo agora tinha de acontecer, o coração do coroa explodindo de amor e eu sem coragem de dizer sentir o mesmo, as dores no peito também fazem parte desta minha vida sofrida e bem gozada, sempre procurando uma forma rápida de morrer, esperando ansioso tudo o que possa acontecer, sem paciência para os que levam vida boa e ainda reclamam, aliás reclamar é o esporte preferido do brasileiro, misturar assuntos sem pausa é o meu, e todas as noites antes de dormir eu ainda rezo, para os mostros ficarem bem longe do guarda roupas e as verdades distantes da minha boca, só elas tem o poder de acabar com o mundo.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Poemeta

Vida menor

A fuga do real,
ainda mais longe a fuga do feérico,
mais longe de tudo, a fuga de si mesmo,
a fuga da fuga, o exílio
sem água e palavra, a perda
voluntária de amor e memória,
o eco
já não correspondendo ao apelo, e este fundindo-se,
a mão tornando-se enorme e desaparecendo
desfigurada, todos os gestos afinal impossíveis,
senão inúteis,
a desnecessidade do canto, a limpeza
da cor, nem braço a mover-se nem unha crescendo.
Não a morte, contudo.

Mas a vida: captada em sua forma irredutível,
já sem ornato ou comentário melódico,
vida a que aspiramos como paz no cansaço
(não a morte),
vida mínima, essencial; um início; um sono;
menos que terra, sem calor; sem ciência nem ironia;
o que se possa desejar de menos cruel: vida
em que o ar, não respirado, mas me envolva;
nenhum gasto de tecidos; ausência deles;
confusão entre manhã e tarde, já sem dor,
porque o tempo não mais se divide em seções; o tempo
eludido, domado.
Não o morto nem o eterno ou o divino,
apenas o vivo, o pequenino, calado, indiferente
e solitário vivo.
Isso eu procuro.

Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)

Poemeta

Noturno do Morro do Encanto

Este fundo de hotel é um fim de mundo!
Aqui é o silêncio que tem voz. O encanto
Que deu nome a este morro, põe no fundo
De cada coisa o seu cativo canto.

Ouço o tempo, segundo por segundo,
Urdir a lenta eternidade. Enquanto
Fátima ao pó de estrelas sitibundo
Lança a misericórdia do seu manto.

Teu nome é uma lembrança tão antiga,
Que não tem som nem cor, e eu, miserando,
Não sei mais como o ouvir, nem como o diga.

Falta a morte chegar... Ela me espia
Nesse instante talvez, mal suspeitando
Que já morri quando o que eu fui morria.

Manuel Bandeira

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Enterra

2ª Partida da Final NBA



Ta certo que é meio elitizado falar sobre NBA, antes ao menos passava na band, agora só quem tem espn pra acompanhar. Ontem rolou a terceira partida e o Lakers desepatou a série e abriu pequena vantagem, 2x1 sobre o Boston. O barato mesmo foi ver nesta segunda partida cujos lances aparecem no vídeo acima, o Gasol se fuder sendo completamente anulado pelo Garnet, diga-se de passagem o Gasol provocou o cara dizendo que ele estava velho para o ofício, deu no que deu, Garnet moeu o espanhol. Nesta final eu torço para o Boston, na real sempre gostei do Lakers e do Bulls, mas agora os caras de Los Angeles estão muito papudos. Portanto, vai lá Boston, pra dentro deles.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

eu também quero

Um poema que ainda pode me vestir

Dois loucos no bairro

um passa os dias
chutando postes para ver se acendem

o outro as noites
apagando palavras
contra um papel branco

todo bairro tem um louco
que o bairro trata bem
só falta mais um pouco
pra eu ser tratado também

Paulo Leminski

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Poemeta do poetinha


Bom é corromper o silêncio das palavras.

Como seja:

1. Uma rã me pedra. (A rã me corrompeu para
pedra. Retirou meus limites de ser humano
e me ampliou para coisa. A rã se tornou
o sujeito pessoal da frase e me largou no
chão a criar musgos para tapete de insetos
e de frades.)

2. Um passarinho me árvore. (O passarinho me
transgrediu para árvore. Deixou-me aos
ventos e às chuvas. Ele mesmo me bosteia
de dia e me desperta nas manhãs).

3. Os jardins se borboletam. (Significa que
os jardins se esvaziaram de suas sépalas
e de sua pétalas? Significa que os jardins
se abrem agora só para o buliço das
borboletas?)

4. Folhas secas me outonam. (Folhas secas que
forram o chão das tardes me trasmudaram
para outono? Eu sou meu outono.)

Gosto de viajar por palavras do que de trem.

Manoel de Barros

Poesia é tudo isso

Acalanto

Noite após noite, exaustos, lado a lado,
digerindo o dia, além das palavras
e aquém do sono, nos simplificamos,

despidos de projetos e passados,
fartos de voz e verticalidade,
contentes de ser só corpos na cama;

e o mais das vezes, antes do mergulho
na morte corriqueira e provisória
de uma dormida, nos satisfazemos

em constatar, com uma ponta de orgulho,
a cotidiana e mínima vitória:
mais uma noite a dois, um dia a menos.

E cada mundo apaga seus contornos
ao aconchego de um outro corpo morno.

Paulo Henriques Britto

terça-feira, 18 de maio de 2010

Teoria da Alterção ou Essa é pro Chuper


Quando me repito, morro comigo.

Quando repito os outros, morro desgostoso.

obs.: como pensava um ex chefe não amigo meu, anúario deve ficar num pedestal.

"tá lá um corpo estendido no chão"


Aqui estou mais um dia sobre olhar sanguinário de um vigia, antes achava que este trecho cabia só mesmo no diario de um detento do racionais mcs, estes dias vi no jornal uma parada que me deixou intrigado, um senhor usúario de marcapasso foi até o banco e o segurança mandou bala nele, porque o tio que naquele dia iria receber a sua primeira aposentadoria se negou a passar pela porta giratória que desregularia o aparelho que conduzia o batimento do seu coração. Detalhe marcante, positivo e operante: ele era negro. Tem uma cambada de gente que ainda acredita que não existe preconceito no Brasil 500 anos de exploração, é melhor acordar, antes que a sua filha se case com um negão, rsrsrss, ou já que preconceito não existe só experimente andar de carro ao lado de um amigo negro e tu vai perceber o que eu sinto quando cruzo com a viatura policial, o olhar dos caras diz: é sequestro relampâgo. A minha cara de inocente entra em cena, sorriso congelado pra não ser o próximo a aparecer no Datena. Como diria Jenuario de Oliveira "tá lá um corpo estendido no chão".

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Preto no Branco ou vice e versar

Desastre de uma idéia

desastre de uma idéia
só o durante dura
aquilo que o dia adiante adia

estranhas formas assume a vida
quando eu como tudo que me convida
e coisa alguma me sacia

formas estranhas assume a fome
quando o dia é desordem
e meu sonho dorme

fome da china fome da índia
fome que ainda não tomou cor
essa fúria que quer
seja lá o que flor

Paulo Leminski

17 do mês


Segunda, dá ínicio a uma semana vitaminada, pelo conteúdo das pautas, por conta da ressaca acumulada do final de semana e a energia adquirida nos shows de sábado, Nação e Miltão em grande estilo me deixaram energizado, tanto quanto os dois litros de caipirinha levados na termica, que elevaram a vibe a trocentos por hora. Vigora aqui a lei da felicidade, portanto todo e qualquer verme que vier rastejar mal agouro será pisoteado sem pestanejar, segue em frente mais uma semana de trampo, com tereré do lado e muito trabalho articulado. Salve aos de bom coração...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Convocação

Afogaram o Ganso e o Neymar morreu na praia.

Poemeta


AmoRelou

Minha paixão de 90 pra cá
amarelinha
feita o ouro de minas
vem de lá um ser extraterreno
têm três corações
mais de mil gols
desde 70 a Copa é Nossa
não a quem possa com as pernas tortas
fico bossa
ao lembrar que 62 vezes tentaram te marcar
sem sucesso feito os suecos
tiveram de engolir o ponta
viram nascer o Rei
e fora dos planos dos americanos
na terra do basquete
constatar que tamanho não é documento
pra quem tem raça e quer ganhar
em terras nipônicas sayonara
assim vou encerar o meu justificar
lembrando que o maior artilheiro das copas
calou o mundo
e o brasileiro continua no topo
sempre com a obrigação
de uma bela apresentação
fé em dobro e força para a nossa seleção.

Marco Cardoso

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Escuta essa

Presentei de coração

Os que mais agradam, aqueles que dão trabalho para escolher, que vem de coração, os mais simples presentes da vida ganham amplidão.

pra quem curte uma literatura marginalzinha

Traficante de pó

Isalubridade adquirida
cada parada
é um risco de vida.

Marco Cardoso

lá tem mais http://recantodasletras.uol.com.br/poetrix/2228689

Cabeça de Nego

terça-feira, 27 de abril de 2010

Pro Japa

Escuta

Retratação

O odio passou, sintoma bipolar, hoje deixo de lado a raiva para homenagear um novo brother de trampo que faz anos. Parabéns Felipe Melo, ainda bem que a única parecência com o cara da Juventus é o nome, pois o garoto daqui é craque e tem tudo para deslanchar na vida. Salve, salve meu cumpadi.

Descarrego


Que bom poder escrever sem as podas do twitter, também é delicioso poder falar mal dos outros, tem nego alias que vive disso ou pra isso, aquela porra de mídia social é sobrecarregada de malas, vazando cusão pelo ladrão, gente sem assunto a dar com pau, o pior de tudo é que eu me incluo nesta lista decadente, recebi até regras de bom convivio do twitter, os moderninhos estão em alta, os sem conteudo gozando, os que escrevem certo e adoram os acentos, sentando, bem tem gosto pra tudo, até tem gente que lê o que eu escrevo por aqui, são raros, porém corajosos, quanto mais eu vivo, mais odeio essa racinha de publicitários, antes eu nem curtia jornalistas, hoje depois de acompanhar de perto o julgamento dos nardoni e asssitir diversos filmes americanos sobre julgamentos, eu considero os advogados menos escrotos que os publiciotários, me incluo na classe dos sem classe, sem paciÊncia vos digo, vai tomar no meio dos zoio do cu, engole esse ego.

Devoto

Bom dia gente amiga, alguns não sabem, mas grito aos quatro cantos do mundo, sou devoto de Maria. Nossa Senhora. Chego no batente e dedico a ela o meu dia, em nome da harmonia, da paz, do amor, do arroz com feijão de todo o santo dia, sempre foi e sempre será minha guia. Consagro o dia de hoje a todos que como eu são fãs, devotos e fervorosos seguidores de Maria. Salve.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Começou bem


Segunda-feira produtiva para caraleo, quanto mais me ralo, mais valorizo meu passe. Parabéns pro Thiago filho do Cabral que desfilou muito bem ontem na fita e ganhou o título perante a pequena e barulhenta torcida, tamu junto, sem deixar cair um salve pro Sal's my dog, que tomou banho e té limpinho, rsrsrs, qualquer dia posto uma foto dele por aqui. Bem por hoje nem tenho muito o que falar, os manos aqui da agência acharam uma bola que acaba de ser incorporada a minha mesa, uma nike zero que deve ter brotado do prêdio vizinho a agência, como ali é um por andar, acho dificilimo um magnata vir atrás, portanto quando for rolar o fute não esqueçam do dono da bola, rsrsrrs, abraçonhas a todos e uma semana de raiz...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

"O Cara II"


Mais do melhor.

"O Cara"


Absoluto maior e melhor jogador do esporte bretão, representante fiel da brasilidade e da humildade, por vezes chapa branca, acusado de ser a favor ou ao menos passivo diante do sistema opressor, seja como for, sou fã incondicional do Pelé, apesar de ter minhas disavenças com o Edson. Salve o Rei, Salve o Rei Zumbi.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Partiu


Quarta-feira chegou e junto um sono sem precedentes, o corpo até que está presente, mas a alma ficou de fora, ficou ausente.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

palestra fina ontem da tiazinha das Havaianas, exemplo de humildade pros otários sentados nas cadeiras reservadas...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

400

Quebrei a barreira dos 400 posts, um dia guisá irei quebrar os 400 cometários, isso de nada vale ou pouco vale, tendo em vista que alguma palavra possa ter chego no coração alheio. A sorte está lançada, quando cair no seu colo: abraça.

399

quarta-feira, 7 de abril de 2010

coisa de bamba

Tudo que sei ou só sei que nada sei.

Canto pelo dom, fora do tom, nem mesmo sei o que é um tom, um sustenido ou um semi-tom, meu barato é escutar, aprender pelo ouvido e elevar os sentidos, sem tentar complicar, sem menosprezar, sem tirar, nem por, escrevendo errado, falando de um modo complicado pros de menor compreensão, feito sangue bombeado pelo coração, busco correr pelas veias até o alto das cabeças, negras, brancas, amarelas e marrons, o preconceito não tem espaço no meu som, bem o bom é lançar no ar uma boa intenção para os homens de fé e até pros de mal com o mundão.

Verdade não combina com você, mudei de opinião pra não sofrer.

Essa aqui é pra assustar os panaca que não gosta de rap, nós somos negros e não importa o que acha... quem gosta de nós somos nós mesmos e só vale mesmo a pena colar com quem é real, chega de falsidade, a hora é de ser protagonista e a cada dia eu vejo que só os vermes sobrevivem no lixo... sai da frente e me deixa voar.

Liiiiiiiiiiiiiilooooouuuuuuuuuuu

terça-feira, 6 de abril de 2010

Complementando Chico Science

Um passo a frente e você esta pronto para desiquilibrar: o mundo.

Só os vermes sobrevivem em meio a podridão.

Muitas vezes a gente se pergunta o porque de certas pessoas imorais e filhos da puta conseguirem sempre se dar bem na vida. Acho que hoje uma luz me acometeu em meio a escuridão. "Só os vermes sobrevivem em meio a podridão", caminhando assim eu me consolo por continuar pobre, feio, porém feliz e real. Um dia quem sabe eu desponto, quem sabe não, a verdade é uma só, mesmo longe do sucesso que todos conhecem como fama, eu estou salvo, da vermificação do meu ser. Um salve a todos aqueles que tambémnão conseguiram se vender, por opção ou por falta dela.

quarta-feira, 24 de março de 2010

MS rumo ao Fascismo


Hoje é quarta, tem jogo, tem cerveja (talvez), tem os amigos presentes, tem chapa quente e fumaça no ar. Tô louco pra que role um convite ao qual me ofereci, se os manos mostrarem que são ponta firme de verdade a parada vai ser nervosa, fiquem espertos, isso não é teaser, nem eu sou atração, mas um suspense é sempre bem vindo. Só pra constar, o Puccinelli tem a cara de pau de precionar os grevistas da saúde com corte do dia e ainda manda uma mensagem ao melhor estilo da ditadura militar via comercial de TV, enquanto isso o trabalhador sofre e é privado do seu direito de greve. Italiano que é André faz jus ao seu mentor, Mussolini. E da-lhe fascismo no MS.

Teatro na faixa e Fela Kuti na cultura.

Boa tarde, bom dia e boa noite pros do açoite, ontem fui no teatro no vasco, um festival que tá rolando em Campo Grande até sábado desta semana e tem duas apresentações diárias, uma as sete e meia no Aracy na 26 de agosto e outro as nove da noite no Armazem Cultural, que fica ali na Feirona. A primeira peça que vi foi Paredes Revisitadas a partir da obra de Jean Paul Satre, parada muito louca que vale a pena ser prestigiada, um soco no rim, poderia ser na boca do estômago mas acabou sendo mesmo no rim, na cola fui eu esposa e a Marcela direto pra feirona prestigiar o Noviço com direção do Marcelo, particularmente gostei mais desta peça do que da primeira sem puxar sardinha, apesar dos atores serem amadores o seu esforço surpreende e supera as dificuldades e limitações. Depois desta overdose teatral que acabou deixando minha bunda quadrada no formato de arquibancada cheguei no barraco com fome e sono, porém um documentário que passava na cultura me devolveu as energias, "Fela Kuti". Nem vou me alongar e tentar explicar o que esse cara representa, se você chegou até aqui e se interessar, vai pesquisar que vale muito a pena alimetar a sua alma com esse contéudo. Um recado pra quem faz música pra ser famoso: "música é a arma do futuro" "quem usar para o proveito próprio morre cedo".

sexta-feira, 19 de março de 2010

Samba Fino


Terminado o serviço, bolado, fato consumado, procuro um lugar para mandar as idéias para o ar, no fundo do trampo quem sabe exista um vão, saindo pelo portão lateral eu descubro que não, pior ainda tem a tiazinha do escritório vizinho de olho, comprimenta, disfarça e vai caçar outro lugar, na frente do quintal do trampo nem vai rolar, melhor cair pra rua, meia quadra a cima, curva estratégica para a esquera, na quina uma casa pra vender ao lado dela outra e o cenário ideal cabou de dar sopa, acendo e asceno prum louco que passou do outro lado da rua: "firmeza" - "um pega" - "na boa" - "pode chegar". Conversa afia e desafia, consome o tempo, o beck, o vento, bate de leve pra aliviar o calor, na cidade morena, são meio dia e quarenta, sol a pino, 32º sem ventilador: "valeu" - "valeu", despedimos e cada um segue o seu caminho, aproveito o escritório vazio, to sozinho, ligo um som e fico curtindo, a lombra, o tereré e o samba fino.

Quando ouvi ele cantar a opinião mudou.


A voz era rouca, usando aquela touca poderiam até mesmo concluir, começou a gripar, na sequência da música não baixou a ronquidão, nem falhou, continuou como artifício e foi ficando cada momento mais bonito. Sem fraquejar a levada ganhou um tom de fumaça no ar, quem sabe acumulou na garganta e o maluco utiliza-se desta arma toda vez que canta, devagarinho vai soltando junto as notas musicais uma nuvenzinha, fundida, que explode feito chiclete ploc no ar, inebriando a cabeça de quem quiser escutar. Coisa boa este chapuletar, transfere nossa alma, teletranporta toda a fossa proutra paroquia, deixa só o lado bom da vida aflorar. Tem time que canta a vitória antes do tempo e entra em campo de salto alto, o tombo é quase sempre inevitável, tem time que entra desacreditado e usa disso para se tornar forte, esse neguinho fez igual ao último exemplo, fortaleceu na prática e quebrou todo o conceito pré formulado, ganha o meu voto, vai para o trono, tens o aval deste jurado.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Quem merece ser Periferia


Minha poesia ta fraca, devo juntar meus trapos, pensamentos, argumentos, sem misturar, é pra cantar fora do tom, criticar os play, e mandar as criticas deles pra puta que pariu, se existe alguém que pode sugar a fama periférica esse alguém somos nós que de lá viemos, ou será que quem merece dizer que é real e periferico são os que assim como os EUA imperializaram a periferia. Ora pois vais é tomar no meio do zóio do seu cú, prefiro ser mais um repetindo e batendo no peito a verdade de exclusão, que pagar de bem feitor de araque. Isso é um ataque, endereçado.

terça-feira, 16 de março de 2010

Não dá mais


Escutando Xis as oito e trinta e oito da manhã, "você sabe como é quem muito fala pouco faz", a terça feira começa num clima de preguicite aguda, aquela vontade de prolongar os bocejos ou transforma-los em uma cochilada de verdade, debruçado na gelada mesa de mármore, sinto um arrepio que vem de cima, mais propriamente dizendo do ventilador de teto, que balança enquanto gira, despertando o meu medo do teste de resistência da caixa cerebral, va-lha-me mal dizer que isto aqui poderia ser bem mais quente se não fosse o risco, tudo o que foi riscado na sexta-feira passada permanece no canal, nasal, escarado mil vezes ao quadrado e nada, nada de sair, permanece aqui a sensação da noite, gritando na cama para que eu tome rumo na vida, deixe de ser um fraco, mas forte é o sotaque que me faz sorrir ouvindo rap de fortaleza, de costa a costa, percorro todo o litoral da sociedade, e quando dou por mim, desperto do bocejo que de tão longo chegou causar caimbras nas laterais da boca, hoje a vontade de voltar pro casulo me atormenta, o foda é que depois de desenrolar as linhas da vida, nunca se pode voltar atrás.

Ilustração de Orlando Pedroso.
Ouvindo: Fortificando a Desobediência - Xis.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Definitivamente

Este instante pede atitudes.


O hoje já não é mais ontem.
Ontem se quer existe, assim como o amanhã consta apenas no cardápio e só presta para ser devorado: amanhã. Depois já venceu, saiu de moda, ficou pra trás, foi superado, ta defasado, faliu. Puta que pariu, você vai deixar isso acontecer com você? Vai virar ontem, vai ser a promessa inatingível de amanhã ou quer viver o agora?
Viva Agora, seja imediatista, mas planeje, veja além e comece a executar os planos neste exato momento, baseado na realidade, resolvendo os problemas com atitudes.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Escuta o cara

Inspirado nas pessoas

O hoje é agora, amanhã fica tarde demais.

Diz ae pessoa

Eu amo tudo

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje já é outro dia.

Fernando Pessoa
(1888-1935)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Um dois, um dois, um do bom, cada ser tem o seu dom.


Na onde estou morando agora o clima é bem ameno, não tem barulho de avião, não tem avião que dá balão, não tem sangue no chão, nem barulho na rua, não tem muita gente conhecida, nem mesmo o "vou colar na sua". Minha maloca é mais confortável, amplo espaço interno, não é mais referência o cemitério, agora as zarea é da lagoa itatiaia, dá nada é tudo da mesma laia, tudo brasileiro, baseados na lei de gerson, tem que ser ligeiro, ficar esperto, tenho até um novo espelho, comprado no extra, a força se fez idem ao ver minha imagem reflexa, contra a inercia, voltei jogar bola, vários gols na terça a noite e o pensamento decola, um antes um depois na companhia dos brothers, o coró ficou com a artilharia e o café apresentou um do forte, a paia reina na cidade e sem maldade eu continuo a caminhada, vale mais a amizade que atitude errada, d'olinda fez a frente e deu o boi, em casa janta pronta e o chuveiro no aguardo, revigorado, recobrado, saboreando o casamento vou levando a vida sem aborrecimento, pois o momento se faz prazeroso em demasia, muito obrigado a ajuda do cabral e da minha família, dou graças eternas ao bom Deus pelo dom da vida.

Ouvindo: Uh barato é louco - 509E

terça-feira, 2 de março de 2010

Rzão

A parada é o sequinte, sem meio termo indo direto ao assunto, agora faço parte da equipe RCORREA, sem medo de ser ariscar e ser feliz, tenho a liberdade que sempre quis, aqui a originalidade anda de mãos dadas com a responsabilidade e a criatividade faz par com o planejamento, aqui vou colocar toda a minha bagagem em prática, é claro sem deixar de jogar fora o que não for usual, reciclando pensamentos, evoluindo e aprendendo até mesmo com os desafetos, sou mais eu e agora sou RCORREA em totalidade. Que os Jobs venham fervendo, pra aquecer o mercado e fazer história.

O "R"zão da questão

Rá Rá Rá começa com essa letra minha risada sem forçar, disfarçar ou ficar de meio termo, um "eu" verdadeiro e cheio de vida acaba de quebrar a casca. Descobrindo o mundo feito um réptil, este ano tem tudo pra protagonizar, caçar, superar, ocupar, dominar, tirar de letra, formatar, fomentar, fumegar e amar, disso nunca esqueço. Amo tudo que sou, sem tirar nem pôr... favor, nem me convidar, pra festinha meia bocabailinho de play ou outra pegada similar. O ano do "R" começou de verdade e minha cara é pautar as ações no Respeito e Racionalidade, para quebra tudo, usar o lhe e botar pra fuder. A barca tem vaga e sejam bem-vindos amigos, meu mundo umbigo acaba de sair do útero, nossa cara é o sucesso mútuo.

Palavra-chave: Razão.
Som de Inspiração: Bombtrack - Rage against

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ataulfo Alves


Voce diz que me da casa e comida
Boa vida e dinheiro prá gastar
O que é que há, minha gente o que é que há
Tanta bondade que me faz desconfiar
Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada Zé ou tem marimbondo no pé
Santo que vê muita esmola na sua sacola
Desconfia e não faz milagres não
Gosto de Maria Rosa mas quem me dá prosa é Rosa Maria
Vejam só que confusão
Laranja madura na beira da estrada
Tá bichada Zé ou tem marimbondo no pé

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mulheres


Não quero uma mulher
Que seja gorda ou magra
Ou alta ou baixa
Ou isto e aquilo.

Não quero uma mulher
Mas sim um porto, uma esquina
Onde virar a vida e olhá-la
De dentro para fora.

Não espero uma mulher
Mas um barco que me navegue
Uma tempestade que me aflija
Uma sensualidade que me altere
Uma serenidade que me nine.

Não sonho uma mulher
Mas um grito de prazer
Saindo da boca pendurada
No rosto emoldurado
No corpo que se apoie
Nas pernas que me abracem.

Não sonho nem espero
Nem quero uma mulher
Mas exijo aos meus devaneios
Que encontrem a única
Que quero sonho e espero
Não uma, mas ela.

E sei onde se esconde
E conheço-lhe as senhas
Que a definem. O sexo
Ardente, a volúpia estridente
A carência do espasmo
O Amor com o dedo no gatilho.

Só quero essa mulher
Com todos seus desertos
Onde descansar a minha pele
Exausta e a minha boca sedenta
E a minha vontade faminta
E a minha urgência aflita
E a minha lágrima austera
E a minha ternura eloquente.

Sim, essa mulher que me excite
Os vinte e nove sentidos
A única a saber
O que dizer
Como fazer
Quando parar
Onde Esperar.

Essa a mulher que espero
E não espero
Que quero e não quero
Essa mulher porto esquina
Que desejo e não desejo
Que outro a tenha.

Que seja alta ou baixa
Isto ou aquilo
Mas que seja ela
Aquela que seja minha
E eu seja dela
Que seja eu e ela
Eu ela eu lá nela
Que sejamos ela.

E eu então terei encontrado
A mulher que não procuro
O barco, a esquina, Você.
Sim, você, que espreita
Do outro lado da esquina, no cais,
A chegada do marinheiro
Como quem apenas me espera.

Então nos amarraremos sem vergonha
À luz dos holofotes dos teus olhos,
E procriaremos gritos e gemidos
Que iluminarão todas as esquinas.

Será o momento de dizer
Achei/achamos amei/amamos
E por primeira vez vocalizar o
Somos, pluralizando-nos
Na emoção do encontro.

Essa a mulher
que não procuro
nem espero.
Você, viu? Você!

Bruno Kampel

bandeirada


Teu corpo claro e perfeito,
- Teu corpo de maravilha,
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha...
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa...flor de laranjeira...
Teu corpo, branco e macio,
É como um véu de noivado...
Teu corpo é pomo doirado...
Rosal queimado do estio,
Desfalecido em perfume...
Teu corpo é a brasa do lume...
Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes''
É puro como nas fontes
A água clara que serpeja,
Que em cantigas se derrama...
Volúpia de água e da chama...
A todo momento o vejo...
Teu corpo... a única ilha
No oceano do meu desejo...
Teu corpo é tudo o que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa, flor de laranjeira...

Manuel Bandeira

A dependente Química

Eliane era uma jovem bonita, cheirosa e de classe média achatada.
Sempre teve uma boa educação, seu pai era um metalúrgico aposentado da finada Cofap e sua mãe, dona de casa com dotes culinários invejáveis.
Eliane trabalhava em um escritório de advocacia, e a coitada sofria hein, pois não passava de uma estagiaria com uma remuneração de dar dó, até a própria condução ela tinha que subsidiar.
Na hora do almoço sempre abraçava um sanduba de mortadela frita com queijo branco e um guaraná Dolly caçulinha na padoca do Ananias; pra economizar a grana que seu pai lhe para comer, Elaine sujeitava-se a baixa gastronomia.
A coitada era uma zerada total, mas tinha um agravante, aos longos dos anos Eliane tornou-se uma dependente química. Gastava o que não tinha para satisfazer a suas vontades e seguir tendências; ela adorava umas "novidades", era isca fácil da 'mídia porta a porta'.
Sua conta corrente parecia o primeiro uniforme do Internacional de Porto Alegre, de tão vermelha que já tava; o único cartão que tinha e ainda possuía algum credito, era o telefônico com 10 unidades e nada mais; e mesmo assim prorrogava umas comprinhas a perder de vista.
Seus pais e amigos tentavam lhe ajudar, mas esforços eram em vão; Pois a sua dependência química extrapolava a normalidade.
Certo dia, Eliane foi internada em uma clínica de reabilitação para dependentes, ficou 8 meses em tratamento. Plantou alface, couve, mandioquinha, e bordava um panos de prato para passar o tempo; quando deixou a clínica disse:
- Se alguma desgraçada me aparecer com aquelas revistinhas da Natura ou da Avon eu mato essa filha da puta!

Niell

Achado no SaravaClub.blogspot.com
Ouvindo: Aquele mano na porta do bar - Rac...
Medo de Amar é o Medo de Ser Livre

O medo de amar é o medo de ser
Livre para o que der e vier
Livre para sempre estar onde o justo estiver
O medo de amar é o medo de ter
De a todo momento escolher
Com acerto e precisão a melhor direção
O sol levantou mais cedo e quis
Em nossa casa fechada entrar
Prá ficar
O medo de amar é não arriscar
Esperando que façam por nós
O que é nosso dever: recusar o poder
O sol levantou mais cedo e cegou
O medo nos olhos de quem foi ver
Tanta luz

Elis Regina

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Travalíngua

Eu congelo a água gelada com gelo que tem selo à prova d'água.

A babá boba bebeu o leite do bebê.

Essa trava é uma trova prá te entravar. Entravar com uma trova é uma trava de lascar!

Essa pessoa assobia, enquanto amassa e assa a massa da paçoca de amendoim.

No som da perfeição



Eu queria caber dentro de uma caixa de fósforos para tacar fogo em você, acender o cigarro da vida, pigarreando esse mundo, limpando a guéla num trago seco no copo sujo de conhaque Domus, pois indomável é o espiríto dos homens que consomem a vida sem medo de provar cada detalhe, embriagando-se do pecado para se tornar santo, tantos pastores e padres tentaram nos converter, quantos colegas deram a letra, mas o erro é o único que pode me convencer, investir nele é um acerto, de não buscar o caminho certo e ser sim diferente, menos comum, não de proposito, por acidente, como os acentos que ignoro, como os atrassos e faltas, como inventar respostas para a pergunta que não existia, esse é o meu trabalho, sem pontos, cheio de sarcasmo e ironia, ácido como salada de pepino com azeitona pimentão e mortadela, uma vida bela sem repetição, no improvisso estudado, jazzisticamente falando quero caber dentro de uma caixinha de fósforos, pra ser sacudido e batucado na cadência de um bom samba canção, ser cantado em verso e prosa dando vida ao refrão.

Hoje o dia estreiou vestido na pele de uma segunda-feira e da-lhe preguiça. E da-lhe Miles Davis and Coltraine, provando que o improvisso pode gerar a perfeição.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

SemaNova


Uma semana iluminada a todos. O final de semana contou com o niver do Ralado, com a chuva do caramba, com panquecas de presunto e queijo polenguinho, com forrest gump, com murritos original style el cabron, com caldinho de feijão, colchão, o salsicha aprontando, bringadeiros, limpeza geral, abraços e beijinhos e carinhos, feirona, sem drama, sem estresse, sem nostalgia, verdes ares e esperanças de que daqui pro carnaval tudo corra bem...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A Boa Nova


Ainda não é carnaval, mas o ano começa de verdade agora, por isso, meus votos pros nego quebrarem tudo são postados agora. Um instante pra quem ler, parar e pensar no que o ano novo pode nos proporcionar. Bora correr atrás para chegar na frente, tirar onda, gozar, transpirar e lutar é com a gente. Nossa cara é chapa quente.

Ouvindo: Happin Hood - Vida Bandida

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A gente já nem tá


A Maloqueiragem
Macumunada
Aba virada
Face articulada
Navalha na carne
Entre bem e o mal
Na espreita
Calculada
Picardia somada
Bem treinada
Lisa feito sabão
Pé escotado na parede
Fumando um cigarro
Cantando o refrão
De um velho samba canção

no coração desta Cidade
hoje mora uma saudade
foi despejado
até o engraxate
só restou recordação

não se abate
faz por onde merecer
faz bonito no dominó
batucando na caixa de fósforo
dá um dois na rua de trás
passa lá em casa pra tomar um café
se estiver calor
pode ser um tereré
Campo Grande 36 graus
Toda a moral
Respeito
O sarará aprendeu descobrindo
Sozinho pegando
Prendendo aquele repinicado
Soltado um sincopado
na latinha de cerveja
becos, pedregulhos e vielas
veja como é linda a minha favela
dizem que a cidade ficou Morena de vergonha
quando o prefeito mentiu
borá tomar uma no bar dos pombos
e esquecer as desgraças do Brasil
comendo ovo colorido
lembrar dos gols da copa de 70
gelando os dedos no copo americano
que desce trincando
La garganta
Vamos lembrar da infância
Desbicando pipa
Com os manos e o Brown
Você conhece o pedreiro Valdemar?
Abraçado ao meu rancor
Só os vivaços
Os babaquas, os cavalos, os mocorongos
Ficam de fora
Eu venho e me atrapalho e a cidade me some
Já estou entre os meus
Ouvindo um rap encabrochado e calibrado na pinga
Não é brinquedo
Chopp peço
Nenhum esforço
Na noite eu perco o dia
E quando dou por mim
Já estou acotuvelado dentro do busão
Ouvindo sertanejo
E chicletando o refrão
Xingação, resmungos, estalos, trompaços
A minha alma é de bandido tímido
E assim vou seguindo
Mais uma segunda-feira
Oito horas depois
Tocar pro bar do expediente
E a vida segue seguido
A gente já nem sente
e um novo dia vem surgindo...

Só o teras salva

Hoje é dia
Cada um tem o seu sol
Tostando a pele
tudo que queres
futebol
batida de caju
Fazer acontecer
Deixar de ser mais um
Cidadão comum
Desassistido de CLT
Na mesa de sinuca
Fazendo o chão tremer
Quando soca a bola
Certeira no buraco
Com força
Que é pra na volta
Matar o quatro
No canto
Imaginando e mirando
a cara da pau da daquele político
Que guardou na zorba
O nosso humilde beneficio
Meretrício meritíssimo
Superior tribunal de rua
Joga ele no morro que o povo julga
Roubaram
O direito de acreditar
que a vida pode melhorar
mas no final do expediente
a coroa me desce
Não é porque o povo brasileiro é sujo
O barato que todo mundo faz
Porque sabe
Que vai ficar imune

Só o terás salva
Com um boldinho

Campo Grande 36 graus na sombra
Bate aquela lombra
Pós homenagem a Jah
Tudo o que eu preciso é uma sombra para alimentar
O ócio produtivo
lento por fora acelerado por dentro

só nos pensamentos
Esta música, por exemplo
não nasceu para ser lida.
Nasceu para ser ouvida,
um mero plágio da Ilíada,de Curitiba
alguma coisa que cala,
folha que volta pro galho,
muito depois de caída.
Palavras trazidas de longe
Pra dentro da sua vida

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Agora


Sorumbático, foi assim que aprendi o que eu tento deixar de ser, a palavra define o medo indefinivel, hoje diriam sindrome do pânico, talvez três meses me distanciem deste plano, talvez a vida inteira me condene a ser um sonho, que não se realizou, o emprego perfeito, o casamento que me completa, a droga que me faz flutuar, a única certeza é que a vida cobra com juros e correção, seja na bala, seja na emoção, tudo o que quero na verdade é agora, chega de lutar, de contar história, isso tiro de letra, quero compor a nova trilha com tudo de bom que se almeja, amanhã já é tarde...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Dança Ben

Quem não queria ser Jorge Ben? Jor

Pra quebrar a sequência

Joga Bola

A tábua

O oitavo Anjo

Benguela

swing simpatia

+ BEN JOR +

Menina Mulher da Pele Preta

A vida é muito pequena pra quem não quer ser grande.


Bummmm, efeito explosivo, pó de mico, incomodando que é o que mais surte efeito quando o assunto é sair do lugar comum, chegou a hora de sacudir essa porra aqui, o mundo tá muito parado e dispenso os comentários fadados a mesmice de sempre, tipo mó legal heim truta, sai daqui filho da puta, minha cara, nossa cara, é comprar, então bora cair pra dentro de um ano 100% feito para dar certo, meu assunto predileto é o sucesso e foda-se quem não estiver de acordo, e ainda têm mais desejo tudo em dobro pra toda essa raça aqui, do mais esperto ao mais bobo, seja FELIZ e faça tudo o que sempre quis. 2010 chances pra quebrar tudo. Afinal de contas (de contas eu entendo, a vida é muito pequena pra quem não quer ser grande.