terça-feira, 26 de janeiro de 2010

No som da perfeição



Eu queria caber dentro de uma caixa de fósforos para tacar fogo em você, acender o cigarro da vida, pigarreando esse mundo, limpando a guéla num trago seco no copo sujo de conhaque Domus, pois indomável é o espiríto dos homens que consomem a vida sem medo de provar cada detalhe, embriagando-se do pecado para se tornar santo, tantos pastores e padres tentaram nos converter, quantos colegas deram a letra, mas o erro é o único que pode me convencer, investir nele é um acerto, de não buscar o caminho certo e ser sim diferente, menos comum, não de proposito, por acidente, como os acentos que ignoro, como os atrassos e faltas, como inventar respostas para a pergunta que não existia, esse é o meu trabalho, sem pontos, cheio de sarcasmo e ironia, ácido como salada de pepino com azeitona pimentão e mortadela, uma vida bela sem repetição, no improvisso estudado, jazzisticamente falando quero caber dentro de uma caixinha de fósforos, pra ser sacudido e batucado na cadência de um bom samba canção, ser cantado em verso e prosa dando vida ao refrão.

Hoje o dia estreiou vestido na pele de uma segunda-feira e da-lhe preguiça. E da-lhe Miles Davis and Coltraine, provando que o improvisso pode gerar a perfeição.

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