terça-feira, 29 de janeiro de 2008

História da Vida.


Vou contar uma história pra quem quiser ouvir, chega mais perto e puxa uma cadeira. Quem quiser pode se sentar ai mesmo no chão, sem frescura, a história que eu vou contar não é de mula não. Se bem que o protagonista pode receber esse título, brincou com o destino e quase passou batido. A coisa toda começou com um sonho, um sonho real numa noite normal como todas as outras, naqueles dias chatos que você nem percebe e quando se dá conta já passou. O nome do cabra é o mesmo deste autor que vós fala, Marco canalha. Ele nunca foi homem de lembrar o que sonhará, até que aquela noite ô cutucou como uma vara, sonhou com três letras enormes e garrafais, elas estavam perseguindo ele, correndo atrás com todo gás, letras com pés e braços feito aquelas que enfeitam as bolachas passatempo. As letras se embaralhavam, estabeleciam planos e atacavam em grupo, sempre formando no final a frase SAI, o S o A e a I corriam em direção ao homem. Que covarde feito ele só, Marco corria, gritava, chorava e esperniava e, de nada adiantava as letras com dentes pontiagudos corriam atrás dele e quando o cabra acordou aliviado, não entendeu um só naco do que aquilo significava.O pior da história é que o sonho se repetiu, dias se passaram, meses se passaram e finalmente quando se completaram 365 dias da repetição daquele sonho sufocante, Marco decidiu que iria usar o metodo que sua mãe lhe ensinou. Para ela o sonho não passava de um recado, algo que alguém queria lhe dizer e não me pergunte que alguém é esse e nem o porquê. Marco só sabia que estava recebendo um recado e que por ser lesado demorou tanto pra assimilar, resolveu colaborar e pra alguns mais certinhos nos conceitos trapassear. Usou a dica da mãe de pensar positivamente e fortemente no que ele mais queria na vida. Marco pensou, forçou do cerebelo até a pontinha do último fio de cabelo, usando de toda a força sensorial para desejar o que mais iria lhe satisfazer no mundo. Depois de tanto pensar sua cabeça parecia uma bola de boliche, pesada e oca por dentro. Marco sem mais forças pra pensar foi se deitar, e neste instante ele entendeu o porque do sonho disonante. Ao desmaiar ele percebeu que o sonho parecia o mesmo, no mesmo cenário desolador e as mesmas cores vermelhas que teimavam em sangrar das paredes, só que ao fundo em meia aos clarões podia ser avistado um monte, um morro, uma montanha sei lá, Marco não conseguia classificar, só conseguia caminhar em direção aquilo e foi indo, indo, caminhando no começo e correndo no final. Sem pensar só obedecia os instintos sem saber porque. Ao se deparar com o pé do morro, ele começou a soprar inutilmente tentando fazer com que o nevoeiro passasse, no começo nem deu certo, mais com o tempo e o fim do ar nos seus pulmões o nevoeiro se dessipou. Neste instante mágico ele entendeu o recado contido no sonho que se materializou embalado pelo seu pensamento positivo. A montanha, morro ou duna era formada por três letras as mesmas que o perseguiram por mais de um ano, a seguência e sincronia que eram diferentes, elas finalmente encontraram o seu devido lugar e alcaçaram o seu devido possicionamento, formando ao centro a composição: ISA. Desde então nego Marco incansável não parou de procurar, até que um dia o destino se encarregou de no seu caminho colocar a dona deste nome singular e até hoje ele só faz amar. Feliz para sempre que esse amor durar.


Marco Cardoso

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

As coisas acontecem

Bom dia gente amiga, mais uma semana de labuta pra classe operária, se bem que eu sou comercialino (essa só entende quem é de campaum), tamus ai mais uma vez encarando de frente os trampos, as dores e ressacas que o final de semana me rendeu. Tirando esses detalhes tão imensos de nós todos, a semana começa com uma puta expectativa de que tudo corra bem, hoje é o dia do riso chorar, porém amanhã é terça-feira e nós estaremos mais próximos da putaria do carnaval. Neguinho ta lendo ai e gritando oba, porque dia cinco já começa a mão boba, são alguns dias pra curtir e quebrar tudo, sem deixar de lado a toca de pica e a aversão a combinação bebida e direção. Deixando esse papinho de cartilha do detran pra lá, queria desejar a todos os mortais uma semana gloriosa, salve o rap e a poesia, salve jah e a vida, é nóis.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Diário de Bordo


Despertando com estilo, totalmente destruído. Ontem depois de cair de rolézim desde o trampo até a academia, mandei ver nos movimentos da arte sagrada e pra compensar levei um caldo nervoso da chuva que cai todos os dias em campão. Pimba na gorduchita, não achei que viraria uma tempestade aquela brisa, encarei a natureza e me dei mal. Chegando em casa pra desespero geral da nação, dei de cara com a zona que a cadela sapeca chamada Pink resolveu aprontar, estraçalhando o saco de cimento e espalhando o pó pela varanda. Pilantra, mais deixa estar um dia ela cresce e ainda vai me salvar, depois de duas pratadas nervosas da comida deliciosa da patroa eu pranchei, hoje de manhã acordei e fui direto pra posição de rei. Eu sei que atravessar a cidade de baú é uma provação, mesmo assim vim na boa ouvindo xis com o fone de ouvido noo último grau de som. Liga o pc senta aqui na frente, faz cara de comovente, para justificar o atrasso latente e sente o back da passagem de segunda pra terça, desejo uma ótima terça, pra quem mereça.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Amistoso internacional.

Salve simpatia, despertando mais uma semana com grande alegria e o corpo moido. Resultado de um jogo de futebol de rolou ontem em Bandeirantes, uma hora de Campo Grande, acabou um a um e o gol de empate foi deste atleta de cristo que vós fala. Aos 45 do segundo tempo recebi a bola do cabrones, girei em cima do zagueirão, driblei o segundo marcador com um toque leve com a perna direita e imendei a bomba com o pé direito. Logo após o gol a partida foi encerrada e a galera se reuniu pra devorar um churras regado a muita cerveja. Minha mulher não gostou muito da idéia de liberar o meu passe pra disputar este embate, porém depois de uma amigável discussão chegamos a conclusão que todo esporte é bem vindo na vida de um sedentário como Yo. Bem eu desejo uma ótima semana a todos e bola pra frente que hoje tem treino, pra aliviar as dores musculares. Só pra constar o uniforme da equipe era o emblemático manto sagrado do tricolor paulista, teve corintiano que gamou e num tira mais a camisa. rsrsrsrs né não cabral?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Exatamente numa quinta-feira de janeiro.


Hoje eu volto ao mesmo ponto onde tudo começou, o lugar não é o mesmo e o sentimento também. O batlocal mudou igualzinho a quantidade de amor, esse nem vou comentar senão vão acabar dizendo que esse nego gosta de exagerar. O certo é que o fato de eu ser muito bem amado tem contribuido para que eu também ame demasiadamente, de um ano pra cá eu fui embarcar em um barco que navega no mar da felicidade e a verdade caso alguém queira saber, se num quiser não importa que direi mesmo assim, é que acabei por descobrir que Leyisa é a coisa mais importante neste mundo pra mim. O festival de cinema ira servir para repetir todo o começo do processo, consequimos o que todo ser humano sempre sonhou, voltamos no tempo, voltamos a estaca zero, mais com toda a bagagem do amor que acumulou.

João Ubaldo Ribeiro

"Se não entendo tudo, devo ficar contente com o que entendo. E entendo que vejo estas árvores e que tenho direito a minha língua e que posso olhar nos olhos dos estranhos e dizer: não me desculpe por não gostar do que você gosta; não me olhe de cima para baixo; não me envergonhe de minha fala; não diga que minha fala é melhor do que a sua; não diga que eu sou bonito, porque sua mulher nunca ia ter casado comigo; não seja bom comigo, não me faça favor; seja homem, filho da puta, e reconheça que não deve comer o que eu não como, em vez de me falar concordâncias e me passar a mão pela cabeça; assim poderei matar você melhor, como você me mata há tantos anos."

Diário de Bordo.


Bom dia pra quem é de bom dia.
Hoje despertei do meu sono de beleza com a energia positiva transbordando o balde. O motivo que me faz ainda mais feliz, a visita que fiz ontem junto ao meu grupo de capoeira a um terreiro de Candomblé. Como disse a mãe baiana quem trás axé leva axé, eu levei muito axé e trouxe ainda mais pra vida, senti que estou mais leve e a arruda que trouxe a tiracolo pendurada na orelha me fortaleceu ainda mais pra enfrentar a labuta diária. As sábias palavras da Mãe Baiana finalizaram em grande estilo a apresentação do grupo, "Só você pra saber a dor que foi pra chegar aonde está, não é só de alegria que se vive a vida, é preciso dor pra valorizar". Dedico essas sábias palavras ao meu amigo Danilo Nuha grande poeta escritor músico jornalista e acima de tudo marginal de nascença, ele se encontra hoje no outro lado do mundo, trabalhando como mais uma peça na máquina capitalista. Só você sabe a dor e a delícia de ser você, mesmo sendo uma frase da bixa do caetano veloso ela veste muito bem em quem é muito macho como nós. Um abraço pros proletários e um beijo pras minas ponta firme. Salve salve babilônia.

Textículo

Será o Benedito!
Mário de Andrade

A primeira vez que me encontrei com Benedito, foi no dia mesmo da minha chegada na Fazenda Larga, que tirava o nome das suas enormes pastagens. O negrinho era quase só pernas, nos seus treze anos de carreiras livres pelo campo, e enquanto eu conversava com os campeiros, ficara ali, de lado, imóvel, me olhando com admiração. Achando graça nele, de repente o encarei fixamente, voltando-me para o lado em que ele se guardava do excesso de minha presença. Isso, Benedito estremeceu, ainda quis me olhar, mas não pôde agüentar a comoção. Mistura de malícia e de entusiasmo no olhar, ainda levou a mão à boca, na esperança talvez de esconder as palavras que lhe escapavam sem querer:

— O hôme da cidade, chi!...

Deu uma risada quase histérica, estalada insopitavelmente dos seus sonhos insatisfeitos, desatou a correr pelo caminho, macaco-aranha, num mexe-mexe aflito de pernas, seis, oito pernas, nem sei quantas, até desaparecer por detrás das mangueiras grossas do pomar.

***

Nos primeiros dias Benedito fugiu de mim. Só lá pelas horas da tarde, quando eu me deixava ficar na varanda da casa-grande, gozando essa tristeza sem motivo das nossas tardes paulistas, o negrinho trepava na cerca do mangueirão que defrontava o terraço, uns trinta passos além, e ficava, só pernas, me olhando sempre, decorando os meus gestos, às vezes sorrindo para mim. Uma feita, em que eu me esforçava por prender a rédea do meu cavalo numa das argolas do mangueirão com o laço tradicional, o negrinho saiu não sei de onde, me olhou nas minhas ignorâncias de praceano, e não se conteve:

- Mas será o Benedito! Não é assim, moço!

Pegou na rédea e deu o laço com uma presteza serelepe. Depois me olhou irônico e superior. Pedi para ele me ensinar o laço, fabriquei um desajeitamento muito grande, e assim principiou uma camaradagem que durou meu mês de férias.

***

Trecho do texto só pra despertar a curiosidade na galera.

Ouvindo The Fugges - No woman, no cry.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Poemeteu


Voltei a treinar.

Ganhei
amortecedores novos
no pé direito
parte posterior
o sangue coagulou
pé esquerdo
embaixo do dedão
águou
descobri com isso
que maior pressão
nos tronozelos
é igual
a mais dor
nada comparado
ao estrago
de um salto
mal aterizado

que descola o couro
da sola do pé
isso que é dor
do parto mulher.

Marco Cardoso

sábado, 12 de janeiro de 2008

Tudo de Bom pro cê.

Salve salve gente humilde, sabadão atribulado, muita coisa pra fazer. Deixo no ar um desejo de um final de semana cheio pra todos, cheio do que vocês definam por favor que meu cérebro ta off line. Abraçonhas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Poemeta

obturado –
as dores ficam lá fora
a campanha do agasalho
me deu de presente um casaco de esmola
sou criança sem esperança
de melhorança perseverança é percevejo fazendo matança
devorando as paredes do intestino vazio
geopolítico é um político
que mesmo bem localizado
continua mentindo
queria comer uma colherada de leite ninho
para sentir o sabor
do desconhecido.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Eu Conto


Volta mais não.


Quando a tarde chegou ele só pensava em adiantar o relógio para fugir o quanto antes da escravidão do trabalho. As horas acorrentavam suas idéias e o tic-tac martelava uma estiga de fugir dali, se não fosse a merda dos seus bagunceiros dois filhos ele jogava tudo pro alto e corria pro boteco pra tomar uma. Se bem que uma só não faz mal a ninguém, pensando assim fugiu pela porta da frente com a fraca desculpa que iria pagar uma conta pelo vão dos dentes, não mente que toda mentira já nasce amputada. Naquele momento pra ele não importava nada, só mesmo a inebriante e torturante sensação de relaxamento que uma caprichada dose de cachaça pode proporcionar. Ele foi mais ninguém sabe quando vai voltar. A si.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Soul neto

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

Sol neto

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

Continuidade


Duas loiras
Geladíssimas
Daquele nipe
de trincar os dentes
Chega a doer a cabeça
Quando manda
pra dentro da gente
E a mente
Fica mais solta
Alegre e contente
Combinação perfeita
Pra botar pra frente
Cerva gelada com
fumaça quente.

Fonte.


Comigo de rolê
rua Ceará
070 veio me trazer
Vai descer
Já desceu
Cabei de chegar
Mais um plebeu
No sol quente a caminhar
Deixa pra lá
Não para pra pensar
Senão a mente frita
Ascende na virada da esquina
Mais uma brisa
Cuidado
O centro ta lotado de desdém
Andando em duplas
Uniformizados
Prontos pro enquadro
Nem vou olhar
Pra num grilar
Pois é sabido
Que no estado que é fonte
Faz melhor
Quem se esconde.

Free Style

Batedor de Carne.

Passou por cima
anotei a placa
descolei dos ossos
os músculos descompostos
e afirmei os obvios
motivos da farça
contrapassos de dança
alimentando a esperança
quem me dera
nesta hora
ser criança
sem pagar contas
vestido de infância
sem maldade
oh saudade
dos brinquedos
que nunca tive
mesmo sem acesso
o ser humano sobrevive
o pensamento é que insiste
em crescer
abandonando a inocência
sem ter porque.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Poemeta

Nem num dá pra pegar.

Nem o maldito sol me alegrou
cegou meus olhos
fechei a janela
ouvi barulho do ônibus
que deveria pegar
deixa pra lá
já perdi mesmo
nem vou correr
volto pra cama
com uma preguiça de doer
e uma vontade
de nunca te perder

mesmo sabendo
que existem coisas
que não podem ser.

Marco Cardoso

Falou e Disse

"Toda coerência é, no mínimo, suspeita".

Nelson Rodrigues

Negritude


Sarava

O Brasil cresceu visivelmente nos últimos 80 anos. Cresceu mal, porém. Cresceu como um boi mantido, desde bezerro, dentro de uma jaula de ferro. Nossa jaula são as estruturas sociais medíocres, inscritas nas leis, para compor um país da pobreza na província mais bela da terra. Sendo assim, no Brasil do futuro, a maioria da gente nascerá e viverá nas ruas, em fome canina e ignorância figadal, enquanto a minoria rica, com medo dos pobres, se recolherá em confortáveis campos de concentração, cercados de arame farpado e eletrificado.Entretanto, é tão fácil nos livrarmos dessas teias, e tão necessário, que dói em nós... A nossa conivência culposa.

Darcy Ribeiro

Segunda Feira


Bom dia Vietnã, hoje começa de verdade o ano para a maioria dos brasileiros, menos para os que são patrões é claro e ainda desfrutam das praias do nosso rico Brasil varonil. A classe operária também esta suando, mas o motivo deste suor é trabalho, desde cedo acompanho um movimento diferente nas ruas da capital sul-matogrossense, é neguinho com carrinho de picolé, camelos se aglomerando nas esquinas, os garis realizando a sua faxina, outros e tantas outras enfrentando a luta diaria com muita fé e mesmo assim sem perder o bom humor. Para esse povo que levanta as quatro da madruga, prepara um café forte e toma banho frio para não pegar no sono novamente, vai o meu desejo de um ano porreta, COM MUITO AMOR, FESTA E CERVEJA. Que a vida de quem realmente tem uma importante lida seja linda e cheia de alegrias, pois Deus é justo e todos os dias ele nos avalia.


Ouvindo: Gilberto Gil - Tenho Sede.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Senta que é Sexta.


Muita calma nesta hora, não adianta se desesperar, senta e relaxa que faltam poucas horas pra gozar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Diário de Bordo


Bom dia simpatia,

hoje eu acordei mei mal, porém o dia foi melhorando com o passar do tempo. Minha esposa perdeu o cartão do banco, mas por sorte a gente sacou uma grana ontem anoite, logo na sequência fui a pé até o ponto do busão e fui pego no meio do caminho por uma tromba de chuva nervosa. Chuva de verão molha por fora e faz suar por dentro, quando dei por mim já estava dentro do busão todo suado e o pior sem nenhuma janela aberta pra ventilar. Pelo menos ao entrar encontrei uma poltrona desocupada pra sentar, abri um Ruben Fonseca e engatei um Junio Barreto no som do celular, música para a alma e literatura pra carne. Foi assim que me curei do começo de dia conturbado, espero manter o pigue até o fim do dia, câmbio desligo e muito obrigado por sua companhia.


Ouvindo: Ja Rule - Clap Back

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Poemeta


Afronegrodobrasil.


fui sozinho

deixei a música fluir

minha própria levada

malemolente

sentindo cada samba

que no coração gravei


desconcertante ao olhos alheios

esse nego tem mola na cintura

comentou a loira que não era burra

sua amiga foi ligeira

pediu a todos que afastassem as cadeiras

introduziu no salão passos de capoeira

grudou no nego de jeito

e rodou

feito hélice de helicóptero em forma de baiana


enquanto as mãos do criolo

malandramente acariciavam sua cintura

mapeando o perímetro

puxando o corpo da moça pra junto


entre suspiros foi dizer

existe algo entre nós

que me toca à alma

faz mexer
um crime

seu corpo
é arma na horizontal

engatilhado

pecado

anti-cerebral


no centro do salão

sob a luz dos holofotes

os dois encaixados

e as pessoas as voltas

fundiram

tornaram-se um
no cenário sem semblante

meros figurantes

da paixão

que surgiu no molejo

mais puro e certeiro

do afronegrodobrasileiro.

Textículo

Ladrão

Levei meu dentes amarelados
pro pasto
Mastiguei por horas
a goma dos fatos
Regurgitando o orgulho
feito fumona boca de peão
Meus pés me matam
Torço para o time
Que nunca será campeão
perdeuperdipra desilusão.
Roubei uma camisa da Nike
Mas não me visto de play
Sou boy de busão.

Marco Cardoso

Poemeta

Poema do Amor

Tudo talvez se defina
na conspiração da poesya e
da infecção,
estou no começo da vida
mas não sei se a saúde resiste
o mundo profetiza guerra global
e corta o mistério da existência
nos projetando nos braços vitais
revolucionando o prazer, essência.

Glauber Rocha

Para bom entendedor...

Não há nada pior do que a crueldade do bom. Nas suas maldades excepcionais, o bom é capaz de invadir um berçário e chupar o sangue das criancinhas como groselha." Nelson Rodrigues

Ano Novo e a Velha Vida.


AEEEEEEEEEEEEE minha gente o ano novo chegou, 2007 passou voando e quase nada de bom ficou. Na real nada mudou e sempre existe uma esperança que vai mudar, porém entretanto e todavia o fato de virarmos o ano não quer dizer que "os seus problemas acabaram". Pelo contrátio o segundo dia do ano cai como uma balde de água fria na cabeça dos mais otimistas. Não que eu seja pessimista, mais um pouco de realismo não faz mal a cristão algum e basta citar palavrinhas desagradáveis como o IPVA, IPTU, material escolar, seguro entre tantas outras que nos esfaqueam o bolso no início do ano e nós humildes mortais assalariados perdemos o sono.


Mais muita calma com a louça minha gente amiga, no momento o desespero não cabe, muito menos abraçar o capeta. Como diria o ditado é da lama que surgem os diamantes e do adubo que brota a beleza das flores, portanto canalize todo o tipo de energia negativa ou positiva ao seu favor. Trace um plano para o ano todo, manja um cronograma, é assim que você vai se organizar. Mesmo o cara mais preguiçoso ou a mina mais desleixada pode se organizar desta forma. O primeiro passo é arrumar uma folha em branco, depois você traça ali dentro 12 pequenos quadrados que correspondem aos meses do ano, dentro de cada quadrado anota os planos e sonhos que vai realizar. Pimba tai um bagulho que pode dar certo e além do mais é bem simples ne nego, se num precisa ser um gênio pra sonhar. Lembre-se esse é o ano da ação, portanto mão na massa se faça feliz e contagie assim, todos a sua volta.


Bola pra frente minha gente que canja de galinha e otimismo não fazem mal a ninguém.
Ouvindo: Coisa nº1 - Edison Machado