sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Eu não sou poeta.


Acordei hoje como em qualquer outro dia, roubei dez minutos do relógio no celular, mais dez, mais dez, mais dez, caralho já são oito horas. Nem mesmo deu tempo de recuperar as forças, parece que pisquei os olhos e já é dia. Aqui no meu quarto não tem cortina, o sol entra de sola e grita "levanta vagabundo", sempre tento acompanhar menos nos dias em que a preguiça diz: catiça. Pronto resolvi pular da cama, tô cansado de dormir chegou a hora de levantar pra cuspir, um pouco de saliva é útil pra colar a seda, bolei um dando um cagão lembrando pelo cheiro da cerveja, que noite anterior. O importante é lembrar o dia do poeta chegou, os seus problemas vão acabar, não dá tempo mesmo de comemorar vou de moto taxi, não posso atrassar, quanto é da carmélia até o vilas boas? Dez a menos na conta, meia hora a mais ou a menos de atrasso, faço aqui um desabafo, se eu fosse poeta eu seria um chato.


Marco Cardoso

Poetrix

O resto passou

Deste ano
ficou somente
alguns dentes.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Cena


É sabido de todos que a cena de campaum é mais fraquinha que o time do corinthans, mas num custa nada pedir a Jah uma iluminação e pros que clamam por um grito de diferença em meio ao marasmo de bandas de imitação, vem aí: Coisa de Preto.

A minha promessa para 2008. Caso eu consiga encontrar algum maluco que embarque nesta história comigo, vocês não perdem por esperar.

Natividade


Salve salve minha gente.
Natalzão passou e o que ficou de bom foi a união da família, quem passou longe dos seus recebe daqui deste lado um grande abraço e desejos de que a paz reine no seu próximo ano.
Sem engano vos digo que só o amor supera tudo e graças a Deus eu sou muito grato pelo amor que recebo todos os dias da família e da minha esposa. Sei que muita gente pode ficar até com o pé atrás com declarações deste tipo, pois vemos todos os dias os políticos sociais mentindo pelos cutuvelos e levando vantagem por meio da desvantagem do seu próximo. Porém meus caros leitores (desculpe pretenciosa declaração no plural mamãe), na real o fato de eu usar este blog para libertar os meus sentimentos representa pura e simplesmente a vontade de dividir com alguém o amor que sinto.
E o hoje quero dividir com você que lê essa bodega um pouco de sentimentos positivos, um sorriso, um abraço e até um beijo no rosto das meninas. O barato é que aqui tento fazer nascer uma corrente do bem, não uma daquelas correntes que se tu não enviar para dez desgraçados amigos amargará uma tremenda maldição. A corrente em questão é um incentivo, um empurão, uma bica pra frente, um bumba meu boi, quem estava triste quando der por si já foi, desta pra uma bem melhor de humor. Sem mais delongas espero que essa vibe chegue nas maos de quem merece, paz, amor, feliz natal e um pouco de reggae.

Ouvindo Djavan

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Conto que num vale um conto.


Prenuncio do dia.


Oito e dez, teria de entrar as oito. Tomei cinco cervejas e minha cabeça pesa, ontem ainda finalizei a noite ao melhor estilo das periferias de Campo Grande, melando os dedos. Acordei atrassado e corri pro banheiro, tomei um banho de gato e bolei logo ali no ato sentado no vaso o meu pretencioso articulador de pensamento atrassado. Do banheiro para o quarto me vestindo no intervalo, calço os sapatênis sentado no estrado da cama, ontem dormimos no chão, os colchões foram encaregados de amortecer as estripulias. Abro a bolsa já pronto pra partir e me deparo com a falta do fogo pra botar no faz me rir, que merda. Vou da cozinha pra sala da sala pra cozinha tentando manter acessa a chama de um isqueiro sem pedra, que quase explode na minha mão, na terceira tentativa queimão em vermelhidão, isso é bem a cara da sociedade consumista produzindo porcarias de sub-produtos que não valem nem uma cebola.

Quando o desespero já me fazia companhia encontro na varandinha uma caixa de fósforo e desesperadamente alcanço e abro, dou de cara com um único palito, um único e salvador palito de cabeça vermelha. Na primeira tentativa o fósforo se quebrou ao meio, a tensão tomou conta das minhas trêmulas mãos e num ápice de desespero risquei o palito na lateral da caixa e protegi dentro da minha camisa a chama do fósforo, pela gola levei a diamba até a chama e pimba, de casa até o ponto de ônibus acrescentei alegria. Foi mesmo bem bolado esse prenuncio de dia.


Marco Cardoso

Poemeta

riminha

não ouvi nada
num vi nada
seu doutor
e se perguntarem
não ta mais aqui
quem falou
evito assunto
é a lei
da rua
fico na minha
você fica na sua.

Marco Cardoso

Dêga uma dica

A dica de hoje é pra quem curte música.
Essa foi fraquinha, pois na real quem é que não curte música nessa porra aqui.
Mas deixando de lado todos os fatos, queria deixar registrado o meu salve pro Bruninho Xavier grande brother que ta mandando muito bem nos trampos com a galera da Brasileto. Olha a coooorrrdaaaaaa. kakkakaak.
Voltando a dica lá vai:

http://umquetenha.blogspot.com/

Entra lá baixa e se esbalda.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Continho

Só tenho base

Acabou o meu estoque de felicidade (do boldim), desci até o bar do Regis um paraguayo barrigudo que sempre atende com um ar de amizade e um sorriso de malandro que na verdade esconde tudo, tá ligado aquele riso de viés maroto que não vale um vintém. É de lei entro no seu bar e tenho sempre a impressão de que serei ludibriado, esta sensação aumentou quando deparei com seu neto Bolachão ao meu lado, alisando seu bigodinho de malaco com um taco de sinuca debaixo do braço. Truquei no ato - eae bolacha faz a nossa? Recebi um recado despreocupado do gajo, só tenho base e ta regado.


Marco Cardoso

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Foi


Confundi a sua astúcia com a cara da sua irmã de puta

Na fluminense esquina com a pernambuca
Era assim que ela gostava de ser chamada
A irmã do broder
Diz ae brodeeeeeerrrrrrr
Cheio de balangandãs
Passava até um baseado
Na mão de playboy que toma balão
Mas num toma ralo
Quando ouvi ela dizer sabe quem é meu pai
Não pude conter a resposta
Sabe qual o tamanho do meu pau
Como proposta
O portão ta fechado
Eu pulo prendo o cachorro e abro a janela do meu quarto
O cachorro não pode ver um negão que não para de latir
Se o cachorro era racista imagina o pai
De manhã na salaVolta da ida pro trabalho de sopetão
Chama o camburão que é ladrão
Pula a janela da sala e o murro com uma mão
Fala Pernambuco o que você quer?
Um pegou no olho outro na cabeça uma benção no peito
Sabe jogar capoeira Pernambuco?
Sua irmã ginga bem
Filho da puta vai morrer negão
Três meses tomando pau todo dia dos homi
Já nem sei aonde dói
Dói tudoEntão atira seu cusão
Hoje eu não vou entrar no camburão
Foi todo mundo
Nem sabia que conhecia tanta gente
Tem uns maluco que não encontrava faz uma era
Mas não vai dar nada
Amanhã já estão nas ruasFazendo patrulha
Pernambuca puta dando a bunda.

Marco Cardoso

Viria a calhar ou credores a postos.


De volta com os pensamentos bem mais leves do que antes.

Hoje estou 40% mais feliz (esta só entende quem trabalha comigo),

mesmo assim mantenho as esperanças de que até sexta eu esteja

100% e melhor, bem melhor. Pois é sabido de todos que mereço

um aumento, porém todavia entretanto o problema é meu.

Como diria minha mãe quem mandou escolher este trampo,

quem mandou não estudar, vai prestar concurso muleque.

Pra quem não presta é difícil, participar deste tipo de seleção,

afinal de contas o salário sai ou não.

O barato é louco.


Tô aqui na hora do rango em frente a minha mesa, laricado no último e ouvindo o som do 509E. Puta que pariu som de prima, to partindo agora prum rolé pra homenagear o meu tio BOB, mais um dois to ai de volta. Só passei aqui pra desejar a qualquer alma penada que passe neste recinto uma quarta feira iluminada. Inspiração.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Poemeta

Hematoma

O frio de hoje
congelou a ponta dos dedos
rasgou a canela ao meio
como diria a periferia
o bagulho ficou feio
quando os homi da lei
chegaram
borrachada em réu primário
soy trabalhador seu doutor
desta vez não funcionou.

Marco Cardoso

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Poeminha pé no chão

Não quero a beleza plástica/
enfeitada com fricotes/
maquiagem/
e roupas de marca/
Não quero a chapinha no cabelo/
os lábios de batom colorido/
e o sapato salto alto/

Desprezo o comentário fútil/
o tratamento forçado/
e as pessoas que trazem um crocodilo escondido no sorriso/
Não me hipnotizo pela aparência bonitinha/
e muito menos pela ignorância bem comportada/

Quero ter a liberdade do mendigo/
a lucidez do bêbado/
a esperança do guardador de carros/
a astúcia do gari/
e a coragem do pedreiro/

Pois uma coisa nessa vida ainda me comove/
É a beleza pura da moça proletária/
Aquela que anda de ônibus lotado/
e nem liga de usar a mesma roupa na escola e no trabalho/

Mas apesar dessa escuridão/
e do tempo nublado/
Sigo por aí/
quieto e distraído/
Sempre acreditando que só alcança o sonho
quem enfrentou a estrada com os pés descalços
num chão de perseverança/
humildade e sinceridade/

danilo nuha

poema de um amigo que faz falta que joão antônio te guie e lima barreto ilumine vai na fé rabuja daniro san muito axé da caldeira pra tu.

Quarta de noite.


Pão, vinho e amor

Deus é justo

quem viveu

comprovou.


Marco Cardoso
Em homenagem, ouvindo: Na segunda Vinda - Black Alien.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Poemeta


A quebrada ta embaçada.


Os homi
tão apavorando
as áreas
todo dia
tanto bate
até que fura
na bala
borrachada
cutuvelada
e coronhada
num dá nada
seu doutor
eles são autoridade

nasceu pobre
se ferrou
tem direito de ficar calado
ser processado
trancado e violentado
no mais
seus dias estão contados
se denunciar
eles te perseguem
e você paga o pato
com juros e correção de dados
que é pra largar de ser folgado
e antes que eu me esqueça:

"vai trabalhar nego safado".

Escrevi este texto faz um tempo mais como já se sabe a situação contunua a mesma.
Ouvindo: Sonho meu - Xis.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Obrigado Corinthans


Só quero agradecer a gambazada por tornar o meu fim de ano mais feliz.

Quando eu pensei que as alegrias do ano de 2007 teriam se encerrado.