quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lembranças das andanças

Meu pé torcido, doi mais na falta de mobilidade, me lembra daquela garota que não podia mexer os membros inferiores por completa, mas a cintura tinha propriedade, desenvoltura e sacanagem, não precisa andar para fazer gostoso de verdade.

Isso que é...

Querido diário, um dia lindo lá fora e o meu destino é trabalho.

Mãe Rua

Peço a benção, sinal da cruz e vou pra rua
Em cada esquina que se passa
A realidade desembaraça
A minha a sua
Nua e crua
Nítida pra quem é coração no olhar
O óleo escorre nas calçadas, nas antenas
Tudo pode piorar
Por entre os dedos duros e encardidos das mãos
boca é ferida aberta
So estanca na quando esquenta
A vontade bate
A lata late
E o alien abana o rabo
Depois de um doce bárbaro
Meia grama de péssimas sensações
E muito estrago
Prolongado pelas severas instigações
Alienando as ações
Doutrinando as sensações
Feito lobinho vagando
catando bituca no chão
Dedo travado no isqueiro
Começou a grilação
Se esconde no mato
Tranca a casa
Corre do camburão
Vai na pipa, vai na lata e também no meladão
Quando esse maluco quer
Rouba a mãe, mulher, irmão
Vai cavando o próprio túmulo
Saiu do prumo
Vacilão
se perdeu no mundo
perdeu o rumo
chegou no fundo
se foi em vão
desperdiçou a vida
jogou fora o seu maior dom
mas quem sai do tom
tem o resto da vida pra mudar
quem ta no erro sabe
o que fazer para acertar.