terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A dependente Química

Eliane era uma jovem bonita, cheirosa e de classe média achatada.
Sempre teve uma boa educação, seu pai era um metalúrgico aposentado da finada Cofap e sua mãe, dona de casa com dotes culinários invejáveis.
Eliane trabalhava em um escritório de advocacia, e a coitada sofria hein, pois não passava de uma estagiaria com uma remuneração de dar dó, até a própria condução ela tinha que subsidiar.
Na hora do almoço sempre abraçava um sanduba de mortadela frita com queijo branco e um guaraná Dolly caçulinha na padoca do Ananias; pra economizar a grana que seu pai lhe para comer, Elaine sujeitava-se a baixa gastronomia.
A coitada era uma zerada total, mas tinha um agravante, aos longos dos anos Eliane tornou-se uma dependente química. Gastava o que não tinha para satisfazer a suas vontades e seguir tendências; ela adorava umas "novidades", era isca fácil da 'mídia porta a porta'.
Sua conta corrente parecia o primeiro uniforme do Internacional de Porto Alegre, de tão vermelha que já tava; o único cartão que tinha e ainda possuía algum credito, era o telefônico com 10 unidades e nada mais; e mesmo assim prorrogava umas comprinhas a perder de vista.
Seus pais e amigos tentavam lhe ajudar, mas esforços eram em vão; Pois a sua dependência química extrapolava a normalidade.
Certo dia, Eliane foi internada em uma clínica de reabilitação para dependentes, ficou 8 meses em tratamento. Plantou alface, couve, mandioquinha, e bordava um panos de prato para passar o tempo; quando deixou a clínica disse:
- Se alguma desgraçada me aparecer com aquelas revistinhas da Natura ou da Avon eu mato essa filha da puta!

Niell

Achado no SaravaClub.blogspot.com
Ouvindo: Aquele mano na porta do bar - Rac...

Nenhum comentário: