quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Poemeta

QUE FILTRO?

Sentei na messa do trabalho
lançando ao fundo as pernas
no cantinho dos fios
na macarronada de cabos
cabe um 41
um par
deixa escapar um aroma
cutuca as vias aereas
meias encharcadas
num sebo de cabeça de pica
encolhi os dedos com força
pra junto do dorso
de nada adiantava
senti um tapa na cara
um caminhão de lixo me atropelou
ninguém anotou
o valordo calor do cerrado
evaporei pra colaborar
com a umidade relativa do ar
não basta
não vai bastar
não sobraram pelos
pro ar do nariz filtrar.

M.A.

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