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Afronegrodobrasil.
fui sozinho
deixei a música fluir
minha própria levada
malemolente
sentindo cada samba
que no coração gravei
desconcertante ao olhos alheios
esse nego tem mola na cintura
comentou a loira que não era burra
sua amiga foi ligeira
pediu a todos que afastassem as cadeiras
introduziu no salão passos de capoeira
grudou no nego de jeito
e rodou
feito hélice de helicóptero em forma de baiana
enquanto as mãos do criolo
malandramente acariciavam sua cintura
mapeando o perímetro
puxando o corpo da moça pra junto
entre suspiros foi dizer
existe algo entre nós
que me toca à alma
faz mexer
um crime
seu corpo
é arma na horizontal
engatilhado
pecado
anti-cerebral
no centro do salão
sob a luz dos holofotes
os dois encaixados
e as pessoas as voltas
fundiram
tornaram-se um
no cenário sem semblante
meros figurantes
da paixão
que surgiu no molejo
mais puro e certeiro
do afronegrodobrasileiro.
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